quarta-feira, 27 de maio de 2009

O papel das tecnologias na Escola


O papel das tecnologias na escola

Hoje, ser cidadão, no sentido pleno da palavra, pressupõe ser capaz de utilizar recursos das novas tecnologias. Acessar informações, utilizar serviços, comunicar-se rapidamente são algumas exigências que requerem das pessoas o domínio de diferentes linguagens e tecnologias.
No Brasil, a luta pela inclusão social da grande maioria da população brasileira está necessariamente relacionada às questões de uma educação de qualidade para todos. O sistema público de ensino atende mais de 50 milhões de crianças e jovens, e é principalmente a escola a instituição responsável pelo desenvolvimento intelectual e social do cidadão. Cabe a ela, portanto, criar condições para o acesso dos alunos não só aos conhecimentos básicos da leitura e da escrita, das ciências e das artes, mas também às novas tecnologias.
Essa é uma necessidade que implica novos equipamentos e novas práticas educativas. Utilizar o computador, acessar a Internet são alguns requisitos básicos desse momento, de um processo de ensino aprendizagem de qualidade: um grande desafio para os gestores dos sistemas públicos de ensino e para os educadores.
A Internet é uma rede mundial de comunicação na qual é possível encontrar conteúdos de diferentes áreas do conhecimento, em diversos idiomas. Esse fato, no campo da ciência, por exemplo, contribui enormemente para o desenvolvimento da pesquisa, pois conecta estudiosos do mundo todo, eliminando barreiras de espaço e tempo, facilitando o acesso e a troca de informações, para citar apenas uma das possibilidades.
Na Educação, o uso da Internet potencializa o aprendizado cooperativo: o aluno aprende com seus pares e o educador orienta, media e anima o processo de construção do conhecimento. Com isso, cria-se oportunidade para o trabalho em rede e o desenvolvimento da capacidade de cooperar, aprender, acessar e produzir informação.
Na verdade, a Internet é uma importante ferramenta na dinâmica de trabalho do educador. A riqueza de materiais armazenados, as informações atualizadas, as possibilidades de interação e de produção permitem o desenvolvimento de diversas atividades com os alunos. É possível, por exemplo, construir roteiros cognitivos partindo da seleção, do recorte e da edição de informações coletadas na rede. O aluno pode não só pesquisar, mas também discutir um trabalho coletivamente ou ser orientado a distância pelo professor e ainda publicar resultados de projetos ou produções.
Essas vantagens do uso das TICs , no entanto, não estão ainda disponíveis para a maior parte dos brasileiros. No Brasil, menos de 10% da população têm computadores com acesso à Internet em casa. Não existem pontos de atendimento comunitários suficientes para que todos possam desfrutar dos recursos que a Internet oferece. Nesse contexto, a maioria dos jovens brasileiros terá acesso ao mundo digital se suas escolas estiverem informatizadas, conectadas à Internet e se os educadores souberem utilizá-la com propriedade.
Os governos municipais, estaduais e federais têm investido na informatização das escolas da rede pública. Embora seja um esforço significativo, apenas a informatização das escolas não basta, uma vez que é preciso uma política de formação dos educadores para que essas novas tecnologias possam ser aproveitadas no processo de ensino e aprendizagem.
O uso de novas tecnologias na escola altera a dinâmica de trabalho em diferentes aspectos, desde a presença dos recursos necessários até a possibilidade de inversão de papéis entre educador e aluno. Para essas mudanças, boa vontade e disposição do educador, apesar de indispensáveis, não bastam. Há que se pensar em alternativas que possam apoiar e formar os professores, incluindo-os digitalmente e oferecendo condições para que eles possam se apropriar dessas linguagens, certamente um grande desafio.




Referência:
Fonte: Márcia Padilha Lotito - CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária
http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/104tcc1.pdf