terça-feira, 23 de agosto de 2011

Oficina de Literatura de Cordel

Os alunos da turma 801 do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva participaram da Oficina de Cordel e Xilogravura organizada pela professora Rosangela Ramos como conteúdo do Currículo Mínimo da Seeduc/RJ para o 8ºano do Ens.Fundamental
Nessa oficina descobrimos vários poetas, poetisas e cordelistas bem como "artistas xilogravuristas" nessa turma. Foi demais! Confira:






Nesta Oficina os alunos puderam perceber o quanto a Literatura de Cordel pode ser prazerosa, tanto no ato de ler como no de produzir o texto com rimas, métrica (sextilha, septilhas ou quartetos - grande maioria, bem como aprender a valorizar a arte da xilogravura e dos trabalhos feitos manualmente.
É importante ressaltar, ainda, que a turma se uniu para que todos fizessem o trabalho e muitos alunos se empenharam em ajudar os colegas a produzir seus textos e gravuras.

O Cordel serviu como base para reflexão sobre o Meio Ambiente - tema gerador - solidariedade, tema gerado pelos próprios alunos e a valorização da linguagem regional, que foi observada em textos trabalhados em sala de aula como " O poeta da roça, de Patativa do Assaré".Veja:

"

O poeta da roça, Patativa do Assaré"

Sou fio das mata, cantô da mão grosa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.

Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu seio o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo da roça e dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito

                                          


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